sábado, 8 de fevereiro de 2014

Tomemos como exemplo...


Tomemos como exemplo de um grupo um trabalho de croché. 
Toda a sua perfeição foi conseguida ponto a ponto, laçada a laçada. 
O conjunto é superior às partes, mas cada parte tem a sua importância absoluta no conjunto. 
Sendo assim, para se falar de um grupo a comparação chega e sobra. 
Daqui se poderá inferir que um grupo nunca atingirá a perfeição do croché e ainda bem, porque a imperfeição do humano é uma categoria estética.
Portanto um grupo será sempre uma junção de imperfeições.
Mas se cada parte, na sua absoluta singularidade de defeitos, se quiser juntar a outras com a ideia de fazer um grupo, é melhor que passe a estimar a ideia de conjunto em desfavor de seu narcisismo singular. 
Resta um problema: alguma vez uma junção de partes imperfeitas pode originar um grupo com piada? 
A minha resposta é a do repertório das bandas: cada banda aperfeiçoará um repertório de virtudes que esteja no seguimento de suas imperfeições.
Sobra para o maestro a responsabilidade de ensaiar o melhor que souber e puder a junção das partes.
Outro problema: sendo o maestro uma parte absolutamente imperfeita, o seu trabalho é uma ilusão.
Mas é de ilusões que vive até o croché!
(Posto por JM/FEV/2014)


2 comentários:

  1. O problema é a forma adoptada, por cada um dos seus elementos, para estar no grupo. Cada laço do croché é feito com a maior perfeição possível e a peça final é um conjunto organizado. Cada elemento de um grupo deve tentar ser o mais perfeito possível e ocupar o seu lugar na organização pois, só assim, o cunjunto poderá beneficiar, e muito, do esforço individual. Os laços mal feitos do croché desfazem-se e faz-se outro melhor, não por cada laço em si mesmo mas para benefício da peça final. Cada um dos elementos de um grupo é um laço que só se pode desfazer e fazer melhor por si próprio. Quando cada indivíduo não quer fazer melhor, está lá só por estar ou para mostrar aos amigos que faz parte do grupo "XPTO", prejudica o conjunto e prejudica o trabalho daqueles que se esforçam por fazer melhor. O resultado pode ser frustrante. E quem não sabe fazer croché, o melhor é dedicar-se a outra actividade. Este assunto dava muita mais reflexão e conversa que não cabe neste sítio.

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  2. Se com cuidado, repararmos nos laços mal dados, verificamos que são bem visíveis na peça final.

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