terça-feira, 25 de setembro de 2012

33º concurso do vestido pintado - Palmeira

 


Em homenagem ao professor e dirigente associativo Manuel António Soares Maia, presidente da Associação Recreativa e Cultural de Palmeira, no evento a que ele já não pôde assistir, mas que organizou e preparou minuciosamente até à última hora e para o qual enviou uma mensagem que foi lida antes da nossa intervenção.
Dia 15 de setembro investidos de grupo folclórico por trajar, cantámos "Ó cacho da uva",  "A saia da Carolina - versão I",  " A saia da Carolina - versão II", "A minha saia velhinha" e o "Carro Amaricano"...aqui no vídeo a minha saia velhinha está no meio das carolinas...

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ainda sobre o Braga Celta

Considerações de um observador:

1. Aprecio esta dimensão contemporânea de «brincarmos com a história» seja aos romanos, seja aos medievais, seja aos celtas, seja aos presépios, seja aos praticantes de todas as religiões, seja até mesmo às cidades invisíveis ou às noites brancas. O ludismo é eminentemente uma ocasião de investimento, seja no conhecimento de nós e dos outros, seja no comercial, seja no «instrumental ou artefactal».

2. Esta dos Celtas surpreendeu-me, porque eu na escola primária tive um professor que me/nos entusiasmou pelos celtiberos, a ponto de no fim da escola irmos pelos caminhos da aldeia a cantar «...e os celtiberos, e os celtiberos...».(Aproveito para esclarecer que sou natural de Jales onde havia e há umas minas de ouro exploradas pelos romanos) Quer dizer que as misturas de sangue e de costumes sempre me fascinaram? Talvez. Quando o arqueólogo Francisco Queiroga retomou as escavações do Castro das Eiras ali em Vila Nova de Famalicão fui lá visitá-lo com o António Castanheira e ofereci-lhe uma agenda com o «Indiana Jones», foi em 1990 ou 91 e por lá deixei um rolo de fotografias a camisas e bordados populares que eu considerava terem motivos celtas. Digo isto para me penitenciar de nunca ter aprofundado a minha fascinação infantil pelos celtiberos...

3. Mas o meu irmão António, que foi viver para Esporões e se entusiasmou pela vida paroquial ou pela participação cívica na vida autárcica daquela freguesia, acabou por me redimir e dedicou-se ele a estudar os celtas, não sei se os celtiberos. Quando o vi como druida fiquei agarrado à minha infância, pareceu-me ele o meu professor e comecei a ouvir os colegas da primária a cantar pelas ruas o improviso dos celtiberos.

4. A entrega à causa Braga Celta por parte da freguesia de Esporões deixou-me deveras impressionado. Aquela transversalidade geracional dos avós aos netos é de enobrecer, é algo de muito semelhante ao que se vê nos grupos folclóricos porque é ao fim e ao cabo a essência da vida paroquial, modelo que se pretende para a vida municipal e que quase nunca se consegue na mesma dimensão de empenhamento.

5. Toda a contemporaneidade se assume nestes eventos por mais que se escondam relógios e telemóveis, porque a dimensão do simbólico não precisa de mais do que do mínimo para ser total.

6. Não duvido um momento de que é no folclore que nos revelamos melhor, portanto aqui fica o apelo a esta leitura do evento para quem a desejar aprofundar.

(Posto por José Machado)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Braga Celta 2012


Braga Celta é um evento cultural organizado pela Associação do Coro Infanto-Juvenil de Esporões, Paróquia de São Tiago de Esporões e pela Junta de Freguesia de Esporões e apoiado por Braga 2012 – Capital Europeia da Juventude.

A Europa é um puzzle de nações assim como de nacionalidades e na sua história a língua é o signo ou a marca de cada nacionalidade.

«Nós, os Celtas» desempenhámos um papel na história da Europa, mas ainda estamos envoltos em mistérios e lendas.

Os Druidas ...
A Abertura Oficial e as entidades a escutar o Druida..

terça-feira, 11 de setembro de 2012

"Guadalupe" 2012

Aconteceu no passado dia 9 de setembro. Foi uma tarde de folclore animada pelo grupo Dr. Gonçalo Sampaio e por nós.


O cartaz alusivo às festividades não o diz, mas os grupos começaram a festejar na Avenida Central, em frente à Arcada, onde executaram uma dança e depois seguiram avenida fora e subiram a rua de S. Gonçalo, atravessaram de esguelha o Campo Novo e subiram os escadórios de Guadalupe, sempre a tocar. O tempo não estava quente demais e o povo que seguiu os grupos não se arrependeu.


 O Grupo Folclórico Dr. Gonçalo Sampaio é uma referência incontornável no conjunto dos grupos da região e do país, não só pela sua antiguidade (1936), mas sobretudo pela preservação de longa duração que faz das suas práticas de trajar, de cantar, de tocar e de dançar, mantendo-se fiel a um método de representação folclórica. Todos os grupos o tomaram e tomam como fonte de aprendizagens e um dia, quando puderem dispor de um museu próprio, todos ajuizarão melhor do alcance do valor do seu património e do seu percurso artístico. Nós, quando nos constituímos como grupo folclórico de professores de Braga em 1978/79, fomos beber a esta fonte e até hoje nos temos empenhado com os desafios que nos lançaram.



Executam com fidelidade a um estilo, cuja herança justificam e de que se orgulham. Os trabalhos etnomusicais do professor Gonçalo Sampaio (1865-1937) inspiraram a sua génese e balizam as suas memórias, mas é às práticas folclóricas de recolha e fixação do repertório do professor Joaquim Mota Leite (1900-1981) que devem a sua identidade. Lançaram em 2011 um livro memorial dos seus 75 anos, Um Sonho do Coração, cuja leitura recomendamos a todos.

 
 Aqui já somos nós, Associação Cultural e Festiva «Os Sinos da Sé». Estamos a dançar de braços levantados... e a fotografia só precisa que se diga isto por razões de contra-luz ...


... em relação ao verde das tílias do parque de Guadalupe que àquela hora recebiam o sol ainda por cima do casario... 


... mas já a pedir bicos de pés para se recolher dali a pouco. Tudo se acomoda ao contexto em que se faz e a festa da Sra da Piedade e de S. Marçal teve o condão de nos satisfazer o dia, consolidando relações de amizade e de cooperação, espevitando críticas e reparos, mas estimulando sempre as dinâmicas de animação cultural dos lugares e das comunidades.



Esta dança anda no cancioneiro de César das Neves desde 1895, recolhida em Póvoa de Lanhoso e enviada para a colectânea por Gonçalo Sampaio, com indicação coreográfica de se dançar muito ao tempo das invasões francesas, figuradamente como então era usual. Na letra se diz que a balsa de quatro tem muito que bere...